Como a IA pode ser sua colega de trabalho

Autor: *Pedro Henrique Pontes

A inteligência artificial já não é mais uma promessa distante: ela está presente nas decisões que moldam o dia a dia de empresas, instituições e até de governos. A título de exemplo na iniciativa privada, pode-se tomar a Johnson & Johnson, que já implantou uma série de estratégias para, com o uso da IA, otimizar resultados de exames, sugerir atividades personalizadas à promoção da saúde, oferecer e à decisão clínica e acelerar a descoberta de novos medicamentos. No setor público, o Plano Diretor de IA no Estado do Paraná surge como um marco. Tais ações mostram que o uso da IA vai além de chatbots, atendimento automatizado e algoritmos para personalização de campanhas. 

Nesse contexto, os profissionais da área de TI despontam como os mais requisitados, mas não são os únicos. Aos diversos profissionais da área de negócios surgem “novos colegas” de trabalho, os chamados agentes de IA: sistemas computacionais que percebem o ambiente, processam informações e executam ações de forma autônoma ou semiautônomas para atingir objetivos específicos. Assim, a integração entre times humanos e agentes de IA tornou-se uma habilidade obrigatória para trabalhadores de todos os níveis. 

Essa configuração já é realidade em diversos setores e, no mundo corporativo, poucas coisas são tão previsíveis quanto a necessidade de resiliência: nova equipe, novos desafios. Portanto, gestores encontram-se diante de um duplo estímulo. Por um lado, fomentar a integração entre equipes humanas e agentes de IA. Por outro, aperfeiçoar a tomada de decisão. Situações que não chegam a ser um dilema, mas devem ser encaradas como duas faces de uma mesma moeda. 

O surgimento dos chamados “times híbridos” revela que a IA não está apenas automatizando tarefas, mas participando ativamente da construção de soluções. A transformação traz desafios: como garantir que a IA complemente, e não substitua, o julgamento humano? Como preparar lideranças e equipes para interagir com sistemas que aprendem, se adaptam e, muitas vezes, surpreendem? 

Infelizmente, não há respostas imediatas. Mas, se se deseja ir além dos achismos, é necessário trilhar três caminhos principais e não excludentes. Primeiro, investir em formação crítica e ética para o uso da IA, garantindo que os profissionais compreendam seus limites e potencialidades. Segundo, estabelecer diretrizes claras de governança algorítmica, com foco em transparência e responsabilidade. E, por fim, cultivar uma cultura organizacional que valorize a colaboração entre humanos e máquinas, reconhecendo que a inteligência coletiva pode ser ampliada (e não apenas ameaçada) pela tecnologia. 

Portanto, não há mais tempo para esperar como a IA vai impactar os seus negócios. Sejam eles quais forem, ela já está impactando! E nem gestores, nem empreendedores, nem acadêmicos podem se dar ao luxo de percorrerem as três vias sozinhos. A construção de um processo decisório mais assertivo com times híbridos vai exigir maior cooperação entre todos. 

*Pedro Henrique Pontes é economista e professor da Uninter. 

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Autor: *Pedro Henrique Pontes
Créditos do Fotógrafo: Pexels


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